Valeu por estes 10 anos, Passat Canhão!
A vida é feita de ciclos, e todo ciclo tem seu fim. E, após dez anos de
carreras, chegou a hora de dizer um "até breve" para o Passat Canhão #8, que, mais que um carro de corrida que já faz parte da história do automobilismo gaúcho, virou blog, programa de vídeo na internet e emprestou seu nome para as mídias que criei.
Versão street, o começo.
Participando de Subidas de Montanha, versão 2009
Tudo começou em maio de 2007, com as provas da então Fórmula Classic em Guaporé. Mais que corrida, era um encontro de apaixonados por carros antigos e velocidade, que participavam com o que tivessem nas suas garagens, ainda que fossem carros de rua, sem banco concha, nem santo antônio, nem nada assim, convivendo em harmonia com carros de pista preparados em provas não-oficiais. Pois era o carro do Passat, que era um carro de rua que em 2007 e 2008 participou destas provas em Guaporé, e deppois em Tarumã, quando a FGA legalizou a categoria e criou o primeiro ano de Campeonato Gaúcho em 2009, com todos os carros adequados em segurança, virando carros de corrida (Passat com o interior transformado pelo experiente preparador "Zé" Laênio). Outras provas legais também foram as Subidas de Montanha, duas no Morro da Borússia, em Osório, e outras na Harmonia, em Teutônia,
O batismo de "Canhão" veio da procura por termos que significam carros rápidos, pois na minha família de doentes por carros VW sempre foi tradição dar nome próprio aos carros, principalmente pelo meu primo Ricardo Amaral, que teve, por exemplo, o "Passat BROCA" (que baita nome)! E assim o carro foi ganhando personalidade e ficando conhecido como PASSAT CANHÃO, por várias partes do Brasil e até nos países vizinhos.
Versão 2010, em parceria com "Leo" Tumelero
As primeiras temporadas oficiais foram em parceria com o Leonardo Tumelero, grande parceiro de pílotagem em 2009, 2010 e 2011. O título de Campeão Gaúcho de Fórmula Classic na Classe C (radial até 1.8) veio na temporada de 2010, fora outros vice.
Em 2012 corri sozinho, e no meio da temporada de 2013 passei a ter a baita parceria do Cleiton Krause, que estava começando e estreou comigo no Velopark em 2013, numa prova com muita chuva. A partir daí, passamos a ter parceria no carro.
Participei sozinho de duas largadas de 12 Horas de Tarumã (2011, prova de 52 minutos, e 2012 prova de 3 Horas dentro das 12h), e em 2014 veio a primeira e única participação integral nas 12 Horas de Tarumã, comigo, Cleiton e Moisés Rosemberg, na qual o carro foi muito valente e completamos 400 voltas, chegando em 4º entre os turismo nacional (beliscamos o pódio)...
Com Paulo e Silvio "Sabiá" em 2009
Com Schipper, Everton Braz (preparador/piloto) e Cleiton (que assume o carro)
Os "padrinhos" do carro e da nossa participação (minha e do Leonardo) no automobilismo são da família "Sabiá" Schonardie, foram nossos primeiros preparadores e coachs, principalmente o Paulo (com uma carreira muito bacana de mais de 20 anos de automobilismo) e o "Silvinho" (em esquecer o Roberto da MK, baita mão na suspensão). Em 2014, passamos a preparação para a Brazauto, do Everton Braz, que já tinha trabalhado com o carro quando estava na Mecânica Sabiá, e foi empreender seu negócio. Das mãos do Everton nasceu um motor 2.0 sem nada forjado que andou mais de 2 anos (incluindo 12 Horas de Tarumã e provas do Endurance Gaúcho) sem abrir, tendo apenas havido a troca de bronzinas uma vez. No meio destra história o Everton, que já tinha corrido na terra, além de baita preparador tornou-se também um excelente piloto de asfalto.
Vitória nas 6 Horas de Guaporé!
Com o MONSTRO Djalma Fogaça e Rafael Schipper
O ápice do carro se deu justamente na última temporada, com sua conquista mais importante (a meu ver), pela alta qualidade dos competidores: VENCEMOS AS 6 HORAS DE GUAPORÉ 2016 NA CAT. 2.0, prova que voltou a acontecer após 15 anos, com Niltão Amaral, Cleiton Krause, Everton Braz e Rafael Schipper). Outro momento histórico foi ter corrido a preliminar da Fórmula Truck em novembro de 2016, em Guaporé, tendo a parceria de pilotagem (além do Rafael Schipper) da LENDA, o MONSTRO DJALMA FOGAÇA na pilotagem. E uma frase inesquecível, e motivo de muita honra, vinda do Fogaça ao descer do carro: "Que autinho gostoso de guiar!". Outras peripécias do carro foram a participação na reinauguração do autódromo de Rivera e ter corrido em Curitiba com a Classic SP.
Uma das fotos mais espetaculares, by Gabriel Amaral
Bueno, devido aos altos custos gerais para competir no automobilismo, projetei um "ano sabático" para 2017, deverei ficar apenas dando uma brincada nos trackdays, que são baratos e oferecem grande tempo de pista disponível. Para não deixar o Passat parado e se deteriorando, e tendo em vista que o carro tem muito potencial para deixar de competir, resolvi negociar minha parte no carro com o Cleiton Krause, que passa a ser o titular absoluto. Estará em excelentes mãos e poderei ver o carro fazendo bonito nas pistas, pois deverá participar do excelente Campeonato Gaúcho de Super Turismo.
Mas a história não acaba. O "Passat Canhão" continua existindo como (de certa forma, e sem pretensão megalomaníaca) uma lenda do automobilismo gaúcho, pela sua história, e minhas mídias (Blog, página no FB, etc) deverão continuar adotando o nome BLOG DO PASSATÃO, que, aliás, vem desde 2009, fazendo aniversário de 8 anos agora em março.
Pretendo procurar um carro de corrida com configuração mais simples, com pneus radiais, para participação nos trackdays e - porque não - voltar a competir no futuro e, quem sabe, criar o Passat Canhão II?
Obrigado pelo carinho de todos pelo carro nestes dez anos. PASSAT CANHÃO ISN'T DEAD!